Otorrinolaringologia

Otites

Otite é a infecção do ouvido, e pode ocorrer no ouvido externo ou médio e pode ser aguda ou crônica.

Otite externa 
A otite externa também é conhecida como otite dos nadadores e é frequentemente causada por bactérias ou fungos, que penetram através de lesões na pele que recobre a orelha externa provocadas por objetos (cotonetes, grampos, chaves), por atritos ao coçar ou secar o ouvido e pelo contato com água contaminada (mar, piscina, banhos).
Ocorre uma dor intensa e diminuição da audição. Em alguns casos, podem aparecer secreção e coceira. O diagnóstico é feito considerando os sintomas e por meio do exame otológico que permite visualizar o interior do ouvido.
O tratamento da otite externa inclui analgésicos, calor local seco, antibióticos e/ou antifúngicos.

Otite média aguda

A otite média aguda é uma infecção causada por bactérias ou vírus, que provoca inflamação e/ou obstruções e que se não for tratada pode levar à perda total da audição. Costuma ocorrer durante ou logo após gripes, resfriados, infecções na garganta ou infecções respiratórias.

Os microorganismos que normalmente infecta o nariz e faringe, ascendem pela tuba auditiva e causam acúmulo de pus dentro do ouvido médio. A pressão exercida por esta secreção levará a dor, febre e diminuição da audição. Algumas vezes ela chega a ser tão intensa que leva à ruptura da membrana timpânica e saída de secreção purulenta misturada com sangue pelo conduto externo (otite média aguda supurada). Os principais sintomas são, portanto, a dor muito forte, diminuição da audição, febre, falta de apetite e secreção local. O diagnóstico se baseia na valorização dos sintomas e no exame otorrinolaringológico.

A otite média pode ocorrer em qualquer idade, porém é a segunda doença mais comum da infância, após as infecções de vias aéreas superiores. Segundo um estudo epidemiológico, aos 12 meses de idade cerca de 2/3 das crianças já apresentaram pelo menos um episódio de Otite Média Aguda (OMA), e aos 3 anos cerca de 46% já tiveram 3 ou mais episódios de OMA. Além disso, o estudo mostrava haver dois picos de incidência de OMA: entre 6 e 11 meses de idade (pico mais importante) e entre 4 e 5 anos de idade. 

O tratamento requer a instituição de antibióticos, analgésicos, antitermicos e calor local para minimizar a dor e a inflamação. A febre desaparece com 2 ou 3 dias, mas a audição pode leva mais tempo para voltar ao normal. 

Otite média secretora
A otite média secretora é caracterizada pela presença de líquido na orelha média. Em geral se manifesta por perda auditiva e otites agudas de repetição. Está relacionada à obstrução da tuba auditiva, podendo fazer parte do quadro clínico das alergias das vias aéreas superiores, aumento da adenóide e sinusites. Seu tratamento pode ser clínico, com resolução na maioria do casos, ou cirúrgico com a realização de timpanotomia para colocação de tubos de ventilação(carretel).

Otite média crônica
A otite média crônica se caracteriza por uma história mais arrastada, com duração de 3 meses ou mais. É a principal responsável pela queda da audição em crianças e, conseqüentemente, do aprendizado. Em geral apresenta uma perfuração permanente na membrana do tímpano, como seqüela de uma otite média aguda mal tratada e que esporadicamente se infecta (sobretudo quando há entrada de água pelo conduto) manifestando-se pela presença de secreção (pus).

As constantes reinfecções desta cavidade podem levar a seqüelas irreversíveis na audição e ainda possibilitar o crescimento de pequenas massas, os chamados colesteatomas, que passam a invadir o ouvido médio causando grandes complicações. O tratamento da otite média crônica inclui controle da infecção e proteção contra entrada de água e até mesmo o tratamento cirúrgico através da realização de timpanoplastia e/ou timpanomastoidectomias. A cirurgia visa evitar novas infecções e secundariamente tentar recuperar a audição que restou daquele ouvido.