Otorrinolaringologia

Refluxo Gastro - Esofágico

O esôfago é um órgão tubular de aproximadamente 40 cm que liga a faringe ao estômago, e a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) ocorre quando o ácido do estômago reflui retrogradamente para o esôfago.
Entre o esôfago e o estômago, logo abaixo do diafragma existe uma estrutura muscular, chamado de esfincter esofágico inferior (EEI), que controla a entrada de alimentos no estômago e impede o retorno do mesmo para o esôfago.
O estômago é recoberto por uma mucosa resistente a acidez do suco gástrico, o que não ocorre com o esôfago. Quando ocorrer refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago, este sofre pela acidez do mesmo e poderá ocorrer com o passar do tempo uma inflamação conhecida como esofagite.
Existem alguns fatores que podem ocasionar ou mesmo favorecer o aparecimento do refluxo como: obesidade, gravidez, alimentações copiosas, tabagismo e ingestão de refrigerantes e bebidas alcoólicas, porém, o principal fator relacionado à DRGE é a hérnia de hiato ou hérnia hiatal, que é a protusão de parte do estômago para o tórax, através do orifício do diafragma.
Os principais sintomas e sinais são: azia, regurgitação, erosão dos dentes, salivação abundante, náuseas, vômitos, dores de garganta, pigarro, tosse, rouquidão, crises de asma e até mesmo dores no peito que às vezes podem confundir com a dor do infarto do miocárdio.
Quando não devidamente tratados o refluxo pode complicar-se com ulcerações, estenoses, impactações e tumorações.
O diagnóstico do refluxo baseia-se principalmente na valorização dos sintomas referidos pelo paciente e pela realização de exames complementares como: endoscopia digestiva, seriografia esôfago-gastro-duodenal(radiografias em que se utiliza contraste),cintilografia, pHmetria e videolaringoscopia.

O tratamento do refluxo depende do grau do mesmo. Casos leves podem ser tratados apenas com mudanças dos hábitos de vida (elevação da cabeceira da cama, não se deitar por pelo menos 1,5 a 2h após as refeições, evite comer grandes quantidades de uma só vez), enquanto que nos casos mais graves podem necessitar de correção cirúrgica.

Os medicamentos mais usados são os que diminuem o grau da acidez no estômago (os populares antiácidos) e aqueles que inibem a produção de ácido pelas células do estômago ("inibidores de bomba"). Outros remédios de um grupo chamado de pró-cinéticos destinam-se a facilitar o esvaziamento do conteúdo estomacal para o intestino, minimizando a quantidade capaz de refluir para o esôfago.

 A cirurgia para restabeler a competência do EEI pode ser necessárias nos pacientes que não respondam as medidas acima e mantenham sintomas intensos.